domingo, 30 de novembro de 2008

Meu reencontro com Nietzsche


Hoje, me reencontrei com um dos meus pensadores preferidos: Nietzsche. Acordei com sede de reler alguns de seus aforismos, por vezes tão profundos, por outras tItálicoão confusos. Comecei pela obra O Anticristo.
Logo, fui atraída para Além do bem e do mal ou prelúdio de uma filosofia do futuro. E qual não foi a minha surpresa ao ler, já no prefácio, a citação: "Supondo-se que a verdade seja feminina — e não é fundada a suspeita de que todos os filósofos, enquanto dogmáticos, entendem pouco de mulheres? Que a espantosa seriedade, a indiscrição delicada com que até agora estavam acostumados a afrontar a verdade não eram meios pouco adequados para cativar uma mulher? O que há de certo é que essa não se deixou cativar — e os dogmáticos de toda a espécie voltaram-se tristemente frente a nós e desencorajaram-se."

sábado, 29 de novembro de 2008

A arte de saber a hora de partir


Ontem, em uma conversa informal, ao falar brincando sobre os meus dois casamentos, e ao afirmar que me casarei quantas vezes forem possíveis, uma colega me perguntou: 'por que você insisite, se já sabe que o final não será bom?' E eu me espantei! Me espantei com a colocação triste, porque eu não enxergo dessa fora. Me espantei porque senti uma desesperança na relação afetiva.
Tentei, rapidamente, mostrar a essa pessoa que não foram situações tristes ou ruins, e que não me arrependo de nenhum dos meus dois casamentos, ou sequer de qualquer relação afetiva que já tive. Como posso me arrepender do meu primeiro casamento? Ele me deu um filho maravilhoso e tive muitos bons momentos ao lado do meu primeiro marido. Momentos de amizade, de compreensão, de cumplicidade, de reflexões.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Narciso acha feio o que não é espelho


As pessoas me assustam. Eu sempre considerei ser transparente uma grande qualidade no ser humano. E assim sempre fui. Mas as últimas semanas e alguns acontecimentos me provaram que a transparência no nosso 'atual mundo' é perigosa. Essa é uma triste constatação. Fico tentanto conjecturar o que levou a humanidade a ser tão individualista. E noto que o ser humano só se preocupa em buscar o seu próprio reflexo no outro.
Todos são 'donos de verdades absolutas'. Todos acreditam que têm o direito de ditar regras para todos, e a comunicação acaba sendo truncada, difícil e, o que é mais preocupante, equivocada. Passamos a conversar apenas conosco ou com iguais. Não ouvimos ideias diferentes, julgamos o que não é espelho e, por fim, criamos um universo sem profundidade.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Estar no limbo

Sinto-me na obrigação de esclarecer o que é 'estar no limbo'. Pois há alguns meses tenho dito isso a algumas pessoas queridas. Para mim, esse sentimento é aquele que vivenciamos quando não encontramos o nosso lugar. É quando não nos encontramos em canto algum. Não se trata de se sentir deprimido, mas de sentir que aquele chão que pisávamos com tanta certeza já não é tão firme assim.
Considero esse momento muito especial e de grande transformação. É o momento em que aquelas verdades de anos passam a ser questionadas. Aquelas crenças antigas já não fazem mais sentido. É um momento de mudança, muita mudança. Mas mudar é sempre bom. Porém, sempre causa alguns desconfortos.

domingo, 23 de novembro de 2008

O ato de escrever


Toda vez que me sento à frente do computador e começo a redação de um novo texto, sempre tenho a sensação de impotência. Sensação essa que experimento há mais de 20 anos.
Mas sempre vem à minha cabeça uma frase dita por uma professora na universidade, quando contei-lhe sobre essa minha angústia. Ela pediu licença ao grande Jean-Paul Sartre, e repetiu: 'Escrever é um ato solitário'.
É a mais pura verdade e, talvez, um dos atos mais solitários que praticamos. Uma solidão maravilhosa. Um momento para nos conhecer. Um momento único da própria contemplação. Escrever é o melhor exercício que a mente desenvolve. É a 'tangibilização' dos pensamentos. É o reflexo do nosso espelho interior.

Eu filosofo, tu filosofas e nós tentamos filosofar


"Só é possível filosofar em alemão". Essa é uma afirmação do filósofo Heidegger, que, muitos anos depois, foi popularizada, aqui no Brasil, pelo nosso Caetano, em uma música fantástica, Língua. Mas o que é filosofar? O que é a filosofia? São indagações que me faço todas as noites durante as aulas de Filosofia e passeios pelos corredores do Beta (prédio onde fica o curso de Filosofia da Metodista, em SBC).

Sinto-me um peixe fora d´agua, porque ouço citações e observações pelos corredores que ainda não consigo entender. Tenho um ponto a meu favor, acredito: a minha 'alma filosófica' é quase pura, portanto me permito conhecer de tudo, mesmo que não esteja concordando muito com alguns pensamentos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quem sou....

Metade de mim é um Anjo;
a outra metade Furacão.
Um lado mulher;
o outro menina.
Um dia forte;
outro frágil.
Um dia na paz;
outro na tormenta.
E o meu conjunto é o efeito do momento.
Mas jamais imaculada,
sem manchas,
ou sem loucuras.
Jamais sem emoção;
sem efeito colateral.
Porém, me descrever em palavras é complicado.
Porque o dia que eu conseguir isso,
pode me esquecer
porque eu não existirei mais.

(inspirado em um e-mail que recebi em 21/11/08)